Os Moinhos do Rio Caima aliam técnicas de construção tradicional e engenhosas obras de hidráulica, cuja a atividade sempre teve uma grande importância na economia e na vida das populações da região. O Moinho de Rão (agora recuperado) é um belo exemplo destes saberes ancestrais, podendo ainda ser abrigo de espécies raras de morcegos.
Os Moinhos do Rão localizam-se na confluência do Rio Caima com um pequeno afluente que corre entre as aldeias de Gatão e Vilar, e que tem origem na Serra do Arestal. O rio aqui segue num vale encaixado nas margens bastante íngremes, alternando entre rápidos e vertiginosos e poços de água límpidas.
A vegetação cresce exuberante nas suas margens, com uma galeria ribeirinha bem constituída e um bosque misto com árvores perenifólicas e caducifólicas. Entre estas destaca-se o azevinho que aqui é muito frequente, chegando a ser a árvore dominante do sub-bosque. Para aceder a este pequeno paraíso é preciso seguir o trilho até ao Caima, que depois acompanha o rio numa vereda verdejante com centenas de azevinhos ao nosso alcance.
A flora que aqui podemos observar conta com o hipericão-do-gerês, o azul-nítido, a erva-pombinha, o selo-de-salomão e a primavera. A avi-fauna é aqui abundante, e o colorido dom-fafe pode ser ouvido e, por vezes avistado entre a folhagem. Mais perto do rio a salamandra-lusitânica prospera e o guarda-rios alimenta-se de pequenos peixes. Esta é uma terra de cogumelos, com o saboroso cantarelo a sulcar a terra negra destes bosques húmidos.
